quinta-feira, 13 de outubro de 2011

RSC e Wall Street

Olhando as fotos dos protestos nos Estados Unidos, especialmente os de Nova York, não consigo deixar de pensar nas semelhanças deste movimento (?) com o conceito de Responsabilidade Social.

Responsabilidade social é um daqueles conceitos-ônibus, para usar uma expressão do sociólogo Pierre Bourdieu, isto é, um daqueles tipos de conceito para todos, que servem a vários propósitos e se encaixam a diversos usos. Ou um conceito guarda-chuva, que abriga muitos significados, quase todos de acordo com o uso pretendido.

Pois bem, vendo as imagens destes protestos, assistindo as entrevistas e as reportagens - principalmente as feitas pelos repórteres das emissoras brasileiras - a sensação que fico é que cabe de tudo nas manifestações. Talvez por isso não se consiga identificar os líderes e nem a pauta de reivindicações. É quase uma catarse coletiva, em que cada um reclama do que está apertando os seus calos, ainda que exista um foco em cima de Wall Street (Para ler uma avaliação comparativa sobre a relação entre protestos e mídia aqui e nos EUA, clique aqui).


(fotos do blog Gone Walkabout - It's all about the Journey)

É mais ou menos o que ocorre com Responsabilidade Social Corporativa, cujo foco aparentemente é um atenção empresarial em direção ao social, mas que termina assumindo tantos formatos que nem sempre fica fácil definí-la ou até mesmo identificá-la.
Diversas empresas ainda consideram que cumprir suas obrigações trabalhistas e legais é praticar RSC. Outras fazem uma doação anual de cobertores e anunciam aos quatro ventos que estão sendo socialmente responsáveis.
Para terem algum efeito prático e que realmente modifique o status quo, será que basta a manifestação?



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