sexta-feira, 27 de maio de 2011

Virada Sustentável

banner02_virada_sustentavel.jpg
 
Depois de finais de semana que reuniram diversas atrações culturais e musicais em várias capitais brasileiras, São Paulo vai receber nos dias 4 e 5 de junho a primeira Virada Sustentável, na Semana Mundial do Meio Ambiente. O evento vai reunir mais de 300 atrações culturais e recreativas que tenham como conteúdo principal os temas ligados à sustentabilidade (meio ambiente, diversidade, consumo consciente, biodiversidade, direitos humanos, clima, energia, mobilidade etc). O principal objetivo é difundir e ampliar a informação sobre sustentabilidade na sociedade, utilizando a arte e as atividades lúdicas como principais ferramentas de comunicação, inspirando as pessoas a enxergarem na sustentabilidade um valor coletivo.
 
São peças de teatro, mostras de cinema, exposições de fotos, shows, instalações, performances, oficinas, jogos universitários e diversas outras atrações e ações gratuitas, que acontecerão em cerca de 60 locais da Grande São Paulo. (confira a programação completa).
 
A iniciativa conta com o apoio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo (SVMA) e da Secretaria do Meio Ambiente (SMA) do Estado de São Paulo, da Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED), da Prefeitura de São Paulo, e da Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo. Além destes órgãos, a Virada Sustentável tem o apoio institucional da Rede Nossa São Paulo e do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), além das parcerias com a agência de publicidade Lew'Lara/TBWA e da empresa Farah Service, responsáveis pela campanha de divulgação e prospecção de recursos junto aos patrocinadores, e com a Lead Comunicação e Sustentabilidade para assessoria de imprensa. A Green CO2 será a empresa responsável pelo inventário e neutralização das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de todo o evento.
 
Também apoiam o evento a TV Globo São Paulo, Rádio Eldorado (rádio oficial) e aTrip Editora.
 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pintar o telhado de branco para combater ilhas de calor....

Tramita em São Paulo um projeto de lei municipal obrigando os moradores a pintarem os telhados das casas e prédios de branco, como forma de diminuir a temperatura nas ilhas de calor. Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que realizou mapeamento térmico da cidade com apoio do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), a diferença de temperatura entre o centro da capital e as áreas periféricas chega a ser de 10 graus Celsius. 
De acordo com o Instituto Ethos, que publicou em seu site um texto sobre o assunto (leia aqui) , a solução carece de mais embasamento científico e ainda não foi adotada em nenhum país ou cidade de forma generalizada. O Projeto de Lei 01-0615/2009 do vereador Goulart do PMDB (leia a íntegra) propõe integrar ao conteúdo do Código de Obras e Edificações (Lei n.º 11.228/1992) as seguintes determinações: 

• Todos os telhados e coberturas das edificações deverão ser da cor branca; 
• As edificações terão 180 dias para se adaptar (ou seja, pintar o telhado de branco), a contar da data de publicação da lei; 
• As despesas com a adaptação correrão por conta dos proprietários, sem incentivo do poder público. 

O Conselho Brasileiro da Construção Sustentável (CBCS) não recomenda nenhuma política pública que torne obrigatória a solução proposta pelo PL 01-0615/2009, de pintar de branco todos os telhados da cidade de São Paulo, seja nas edificações novas, seja nas já existentes. O conselho acredita que não se deve privilegiar uma cor ou uma alternativa técnica em detrimento de outras. 

A entidade recomenda o uso de toda e qualquer solução que possa reduzir a carga térmica e combater as ilhas de calor, tais como: telhados frios, tetos verdes, isolamento térmico de telhado, arborização urbana, pavimentos frios etc. E que o uso de qualquer técnica seja promovido no mercado brasileiro por seus reais benefícios. 

Além disso, ainda existem outras razões para questionar o projeto, como a descaracterização de prédios históricos, o ofuscamento e desconforto visual para vizinhos, aviões e helicópteros, o rápido desgaste da tinta. 

Tem gente querendo pegar carona na onda da sustentabilidade.....

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Trabalhando os stakeholders

No planejamento de comunicação integrada, um dos aspectos fundamentais é identificar os stakeholders e trabalhar continuamente este relacionamento. 

Quando falamos de comunicação para licenciamento ambiental, um dos stakeholders a ser bem trabalhado são os jornalistas. Além de pensar as mídias locais e comunitárias, a comunicação deve executar ações específicas para veículos de alcance nacional. Isso é ainda mais importante quando falamos de empreendimentos com impacto ambiental de grande porte, como é o caso de Belo Monte.
 
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República promoveu ontem, terça-feira, dia 17, o Workshop Belo Monte para Jornalistas. O evento aconteceu no auditório do Ministério de Minas e Energia, em Brasília, a partir das 9h., e reuniu cerca de 60 jornalistas.
 
Da programação contavam apresentações do diretor de Construção e Engenharia, Luiz Rufato, e do diretor Socioambiental, Antônio Raimundo Coimbra, ambos da Norte Energia S.A, empresa responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Participaram ainda do evento os presidentes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Curt Trennepohl, além do secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Alcino Ventura Filho. Para ver as apresentações, clique aqui.
 
De acordo com o blog do Consórcio Belo Monte, o licenciamento ambiental para a implantação da hidrelétrica começou em 2006, com solicitação da Eletrobras ao Ibama. O processo seguiu com a elaboração do Termo de Referência, que orientou a elaboração do EIA-Rima por parte da estatal. Este documento foi aprovado pelo Ibama em maio de 2009, dando início ao diálogo com a população diretamente impactada pela obra. Em quatro audiências públicas, foram reunidos mais de oito mil participantes, incluindo representantes indígenas.

A Licença Prévia (LP) foi emitida em fevereiro de 2010, atestando a viabilidade ambiental do projeto. "A licença prévia atesta a viabilidade ambiental desde que observadas as condicionantes estabelecidas. A licença prévia traz as condicionantes para mitigar os impactos negativos e potencializar os positivos", declarou. Trennepohl frisou que, portanto, não cabe, após a concessão da LP, a reavaliação da viabilidade ambiental da obra, mas sim a análise do cumprimento das condicionantes necessárias para emissão da licença de instalação (LI).

SegundoTrennepohl, a análise dos dados colhidos para liberação da LI ainda está em curso, não sendo possível estabelecer um prazo para a emissão da licença. A vistoria mais recente ocorreu entre os dias 2 e 14 de maio. Os pareceres estão em fase de elaboração pelos 24 técnicos do órgão, envolvidos no processo Belo Monte. "Se todas as condicionantes estiverem cumpridas, o Ibama vai emitir licença para instalação da obra. Não cumpre ao Ibama permitir ou não a construção, mas ver se as condicionantes foram ou não cumprida", reforçou.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Uma questão de imagem

Por trás das negociações em torno da votação do novo Código Florestal, uma questão de imagem, identidade e reputação. Pelo menos é o que se depreende da reportagem publicada hoje, 12/5,2011,  pela agência Carta Maior, reproduzida abaixo:

Código Florestal: de olho no exterior, governo faz guerra de nervos

Convencido pelo Itamaraty, Planalto joga duro com ruralistas para salvar prestígio ambiental brasileiro a um ano de o país sediar encontro planetário sobre desenvolvimento sustentável. Escalado por Dilma Rousseff para minimizar estragos, ministro Antonio Palocci comanda estratégia de guerra de nervos que desorienta adversários e torna desfecho imprevisível. Bancada do agronegócio mostra que já não tem força de outros tempos, mas a do meio ambiente ainda depende da opinião pública.

André Barrocal

BRASÍLIA – O Brasil vai sediar, em junho de 2012, conferência sobre desenvolvimento sustentável e economia verde, a Rio+20, duas décadas depois do encontro planetário mais importante realizado até hoje nessa área, a Rio-92. Em debate recente no Senado, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que "será, provavelmente, a maior conferência internacional do mandato da presidenta Dilma Rousseff". O governo está decidido a explorar a reunião para manter o prestígio ambiental do país no mundo. 

É a imagem do Brasil no exterior que ocupa hoje o centro do imbróglio político mais complexo e de desfecho imprevisível do início da gestão Dilma, a mudança do Código Florestal. Uma negociação transformada em guerra de nervos pelo governo na esperança de reduzir estragos à imagem do país e da presidenta. E que mostra que a bancada ruralista já não tem a mesma força do passado; que os parlamentares ambientalistas dependem da ajuda da sociedade; e que adversários tradicionais, como agricultores familiares e grandes produtores, às vezes podem se unir.

As movimentações no Congresso para mudar o Código começaram no segundo semestre de 2008, depois de o então ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, dois meses após substituir Marina Silva, ter convencido o ex-presidente Lula a assinar decreto multando em até R$ 50 milhões donos de terra que desmatassem além do permitido. O decreto, que entrará em vigor em junho, fazia o Código, que é de 1965, funcionar para valer. E botava na ilegalidade a maioria dos agricultores. Grandes e pequenos, comerciais ou de subsistência.

Para evitar as multas milionárias e sem ser incomodado pelo governo, o setor rural conseguiu construir, de 2009 em diante, uma proposta em parceria com o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), para mexer no Código. Esteve a um passo de votá-la em abril deste ano, quando Patriota alertou Dilma de que o projeto, como estava, teria repercussão internacional negativa para o Brasil, a um ano da Rio+20. A presidenta decidiu, então, escalar seu ministro mais forte, Antonio Palocci, chefe da Casa Civil, para buscar uma saída que minimizasse ao máximo o potencial de danos à reputação brasileira.

Palocci e a guerra de nervos
O anúncio das intenções do Planalto foi feito pelo próprio ministro de forma inesperada e em linguagem cifrada, em meio à primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da gestão Dilma Rousseff, dia 26 de abril. Palocci declarou que o governo queria uma proposta que levasse o Brasil a ser conhecido no mundo "como o país mais comprometido com o agronegócio e com mais respeito ao meio ambiente".

Desde então, num acerto com Palocci, todas as manifestações de lideranças governistas na Câmara, em plenário ou em reuniões fechadas, enfatizam o impacto internacional de se mexer no Código. O ministro também chamou ao Planalto para conversar, por duas vezes, a ex-presidenciável Marina Silva (PV), símbolo do ambientalismo brasileiro no mundo. 

Os ruralistas, contudo, rejeitam a tentativa do governo de usar os efeitos no exterior como argumento na negociação. E lembram que existem ONGs patrocinadas por países sem o rigor ambiental brasileiro. Na manhã desta quarta-feira (11/05), uma enorme lona colocada no gramado em frente ao Congresso dizia "ONGs, cuidem do seu quintal, lá não tem APP", numa referência às áreas de proteção permanente previstas no Código. "Não podemos ficar reféns da opinião pública internacional", reclamou o coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Moreira Mendes (PPS-RO)

Palocci também está por trás de uma estratégia de guerra de nervos que atingiu o ponto máximo nesta quarta-feira (11/05). Depois de exaustivas e confusas reuniões, que se arrastam há mais de duas semanas e ao fim das quais nem parlamentares nem ministros parecem dizer a mesma coisa, os deputados estavam em plenário prontos para votar o relatório de Aldo Rebelo, com aparente anuência do governo. Mas o próprio governo boicotou a votação, na última hora.

"Em cinco mandatos, eu nunca vi isso. A Dilma não quer nem deixar o texto ser votado", afirmou o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR). "Não sei o que acontece. O governo está criando confusão. Diz uma coisa e faz outra. Mas se puser para votar, nós (ruralistas) ganhamos", disse o deputado Reinhold Stephanes (PMDB-PR), ministro de Agricultura do ex-presidente Lula.

Bancada ruralista: peso menor
O coordenador da frente ruralista tem opinião diferente sobre as chances de vitória em caso de confronto. Para Moreira Mendes, os partidos aliados do Planalto estão contra a parede, e dificilmente os ruralistas ganhariam. Além disso, tentativas recentes da bancada de enfrentar o governo fracassaram. Na própria quarta-feira (11/05), suas lideranças tentaram forçar a votação do novo Código, mas juntaram só 177 deputados, 80 a menos do que precisariam para vencer o governo. Em abril, a bancada já havia sido derrotada na Câmara ao propor benesse fiscal para fabricante de agrotóxico. 

"Essa Casa não é refém do ruralismo", disse o deputado Sarney Filho (PV-MA), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista. "A bancada ruralista não está mais com essa bola toda, não pode mais fazer a chantagem que fazia antes contra o governo", concordou o cientista Antonio Augusto de Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). 

Mesmo que sem a musculatura de outros tempos, o setor ainda exibe um peso que não pode ser desprezado. Nas contas do Diap, que tem um livro com a radiografia dos congressistas, a bancada ruralista possui 160 parlamentares atuando dia e noite pelo agronegócio, um quarto de todo o Congresso. Além disso, o setor tem laços cada vez mais fortes com o PMDB, partido do vice-presidente da República, Michel Temer, e do ministro da Agricultura, Wagner Rossi. 

A relação ruralistas-PMDB começou a aprofundar-se quando o ex-presidente Lula deu o ministério ao partido, em 2007. E avançou com o encolhimento dos adversários do governo, PSDB e DEM, abrigos tradicionais do setor rural. A presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), senadora Katia Abreu (TO), elegeu-se pelo DEM em 2006 e esteve com um pé no PMDB no início de 2011, mas acabou no recém-criado PSD.

Ambientalismo: dependência externa

Apesar de algum enfraquecimento ruralista no Congresso, a causa ambiental segue dependente de aliados como a opinião pública, ONGs e outras entidades simpatizantes, para resistir aos interesses agropecuários. "O ambientalismo não tem força aqui dentro", disse o deputado Ricardo Trípoli (PSDB-SP), militante do setor. "Precisamos sempre do apoio de fora."

E o governo tem contribuído para que haja – e conta com - "apoio de fora" do Congresso na negociação do Código Florestal. Faz parte da sua estratégia segurar a votação e ganhar tempo para que mobilizações criem clima desfavorável aos ruralistas e diminuam a margem de mudança da lei ambiental. 

A exemplo do governo, a militância ambiental acordou tarde para o debate do Código. Só a partir de 28 de abril é que um pool de ONGs, chamado SOS Florestas, passou a organizar atos pelo país. O cronograma de manifestações termina dia 5 de junho. Coincidentemente, dia mundial do Meio Ambiente. A efeméride será mais uma arma usada por governo e ambientalistas para pressionar os parlamentares a resistirem aos ruralistas. 

O calendário também joga contra os produtores num outro aspecto que influencia as negociações. O decreto com multas a desmatadores entra em vigor dia 11 de junho. A pressa, portanto, é dos agricultores. Para estrategistas políticos do governo, quanto mais perto estiver o início das multas sem que tenha havido um desfecho, mais difícil será para os ruralistas arrancar concessões.

Do ponto do setor ambiental, qualquer que seja a concessão, por menor que pareça, ficará um gosto de derrota. O ideal seria manter o Código Florestal intocado. Mas o Planalto, embora faça jogo duro, reconhece que a maioria da agropecuária estará na ilegalidade, caso não haja adaptações. Inclusive a agricultura familiar, aliado tradicional dos ambientalistas em disputas contra o agronegócio. O Código tem regras para todas as propriedades, não importa o tamanho. Segundo censo de 2006 do IBGE, o Brasil possui 5,1 milhões de proporiedades rurais, sendo 4,3 milhões (85%) de agriculturores familiares.

Na batalha em torno do Código, os ruralistas recorreram até mesmo ao fantasma da inflação. Em nota oficial da CNA, a senadora Katia Abreu disse que "a aplicação pura e simples da atual legislação desempregará trabalhadores e reduzirá a produção de alimentos". Em recente audiência pública com o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, no Congresso, o ruralista Domingos Sávio (PSDB-MG) afirmou que, sem mudar o Código, os produtores não vão mais querer plantar, e o preço da comida subiria. 

O novo round para o plenário da Câmara debater o Código está marcado para a próxima terça-feira (17). O presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), que fez campanha prometendo aos ruralistas que não atrapalharia a votação do Código, estará na Coréia do Sul, participando de uma cúpula parlamentar. As sessões plenárias serão comandas pela vice-presidente, Rose de Freitas (PMDB-ES). Nem o governo nem os ruralistas sabem ao certo como a peemedebista se comportará diante de uma questão tão polêmica.

#/end
--
Lucia Santa Cruz
luciasantacruz@gmail.com
skype: lsantacruz
msn: lm.msc@hotmail.com

Antes de imprimir, pense em sua responsabilidade e seu compromisso com o meio ambiente.



--
Lucia Santa Cruz
luciasantacruz@gmail.com
skype: lsantacruz
msn: lm.msc@hotmail.com

Antes de imprimir, pense em sua responsabilidade e seu compromisso com o meio ambiente.