domingo, 25 de maio de 2008

Empresas se preocupam mais com o consumidor consciente

O consumidor consciente, questionador e preocupado com o impacto sócio-ambiental dos negócios das empresas ´tornou-se uma potencial ameaça para o mundo corporativo. A conclusão vem de uma pesquisa conduzida pela consultoria Ernst&Young, intitulada "Riscos Estratégicos aos Negócios - 2008 - Os Dez Maiores Riscos às Empresas", que ouviu 70 especialistas pelo mundo, que analisaram 12 setores da economia.

Embora o estudo seja abrangente, apontando também riscos regulatórios – mudanças na legislação --, choques financeiros, mercados emergentes etc, a questão do consumo consciente aparece na nona posição na média dos maiores impactos.
 
Este fato está acendendo a luz amarela em muitas indústrias, levando-as a rever seus processos e a mudar condutas (veja nota abaixo, sobre Coca-Cola e Pepsi que decidiram não mais fazer propaganda para menores de 12 anos, prevenindo-se contra reações contrárias a seus produtos).
 
Mas os consumidores parecem, de um modo geral, não estarem tão atentos assim à questão, como apontou um dos últimos levantamentos disponíveis, o Responsabilidade Social das Empresas - Percepção do Consumidor Brasileiro, divulgado pelos institutos Akatu e Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, em parceria com Market Analysis Brasil. O relatório reúne sistematicamente dados coletados desde 2000 e aponta para a linha evolutiva da relação Consumo X Responsabilidade. Mas ao mesmo tempo mostra contradições e uma queda na expectativa sobre o papel das grandes empresas em relação às questões sociais.
 
Cerca de 77% dos respondentes têm interesse em conhecer as ações socioambientais empresariais. O índice revela estabilidade se comparado aos dados registrados nos levantamentos anteriores (2004 - 72%; 2005 - 78%; 2006 - 75%). Por outro lado, houve uma retração nas expectativas sobre o papel extra-econômico das grandes empresas, tendo passado de 64%, para 51%, em 2007.

Outro dado curioso é o de merecimento: embora 75% dos entrevistados concordem com a idéia de que tem o poder "para interferir na maneira como uma empresa atua de forma responsável", mais de 70% deles não pensaram em premiar ou efetivamente premiaram as companhias socialmente responsáveis, comprando produtos ou falando bem dessas empresas. Menos de 30% consideraram a hipótese de punir ou efetivamente puniram.

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