terça-feira, 27 de setembro de 2011

Mudança do Clima no Brasil

Recentemente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou o livro Mudança do clima no Brasil: aspectos econômicos, sociais e regulatórios, que pode ser lido gratuitamente aqui.

Em 437 páginas, o livro traz um debate amplo e extremamente atual sobre as mudanças climáticas e as políticas públicas e ações brasileiras correspondentes a esse fenômeno.
No lançamento, em Brasília, os capítulos do livro foram detalhados em três apresentações: Aspectos regulatórios e sociais das mudanças climáticas no Brasil, As mudanças climáticas nos diversos setores da economia brasileira, e O Brasil e as negociações internacionais sobre mudanças climáticas.
Falando em negociações internacionais, em dois jornais impressos hoje a Rio+20 teve destaque, em O Globo e na Folha de São Paulo. No primeiro, o foco é o evento em si, os resultados que são esperados dele e o papel de destaque do Brasil. Já no segundo, o principal aspecto da matéria é a Amazônia, tema sempre recorrente quando se fala em meio ambiente.
A seguir, a íntegra das notícias: 

O Globo, 27/9/2011

LIDERANÇA BRASILEIRA
Coordenador da Rio+20 quer que encontro produza resultados objetivos

Publicada em 27/09/2011 às 03h03m
Cesar Baima (cesar.baima@oglobo.com.br)

RIO - Daqui a menos de um ano, em junho de 2012, o Rio de Janeiro estará novamente no centro das discussões mundiais sobre o meio ambiente, com a realização da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Mas, se na Cúpula da Terra de 1992 as conversas foram em torno de uma política global, com muitas palavras e boas intenções, mas poucas medidas concretas, o encontro do ano que vem terá foco na ação, com o estabelecimento de metas práticas para o uso dos recursos do planeta, diz Brice Lalonde, coordenador executivo da ONU para a Rio+20.
- Os princípios já foram decididos e agora precisamos de ação, menos palavras e mais compromissos - afirma o diplomata francês, que está no Rio para participar do 4º Congresso Internacional sobre o Desenvolvimento Sustentável, entre hoje e quinta-feira no Píer Mauá. - Teremos metas de desenvolvimento sustentável que serão unidas aos objetivos do milênio. Para cada uma destas metas teremos um plano de ação e uma coalizão de esforços entre as partes.
Um dos caminhos, acredita Lalonde, é a instituição de algum tipo de remuneração pelos serviços ambientais prestados pelos países pobres e em desenvolvimento como forma a incentivar a preservação. Os recursos para isso poderiam vir, por exemplo, da instituição de uma taxa sobre as transações financeiras internacionais, ideia já lançada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também defendida pelo diplomata francês.
- Precisamos de um novo tipo de cálculo do Produto Interno Bruto que contabilize essa infraestrutura ecológica - diz. - Se esse capital natural não for protegido, todos vão pagar e um dia não teremos água para beber, peixes para comer ou ar para respirar.
Neste sentido, Lalonde aposta que o Brasil pode assumir uma posição de liderança no processo. Com bons sistemas de monitoramento e estatísticas sólidas, o país também já tem políticas internas em que "se paga para preservar", diz Lalonde.
- O Brasil estará no centro do mundo nos próximos dez anos, sediando eventos importantes - lembra. - Todos querem direção, liderança e melhoria da cooperação, e no século XXI serão países como o Brasil que estarão nesta posição.
O otimismo de Lalonde, porém, esbarra na dificuldade das negociações multilaterais características dos últimos encontros da ONU sobre ambiente, que exigem que os acordos sejam aceitos por todos ou não há acordo.
- Temos que melhorar as negociações e discutir quais serão as ferramentas para isso - defende o diplomata.

Folha de São Paulo - 27/09/2011 - 09h37

Organizações discutem prioridades da Amazônia para a Rio+20

DA AGÊNCIA BRASIL
A Amazônia será um dos focos das discussões da Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), a Rio+20, que o Brasil vai sediar em junho de 2012.
Para definir as prioridades da região a caminho da economia verde, um grupo de organizações da sociedade civil, representantes de governos, povos tradicionais, empresários e movimentos sociais estão reunidos nesta terça-feira em Belém para definir uma agenda amazônica para a conferência.
A ideia é debater como aplicar o conceito de economia verde à região, melhorando os indicadores de desenvolvimento sem comprometer a conservação da biodiversidade.
Entre os temas que vão nortear o debate estão a inclusão social e educação, a gestão e consolidação de áreas protegidas e os desafios para efetivar a regularização fundiária nos estados amazônicos.
Também estão na pauta as grandes obras de infraestrutura que os governos têm planejado e levado adiante na região, como a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), alvo de críticas de ambientalistas e movimentos sociais.
O Seminário Regional sobre Economia Verde da Amazônia: Amazônia Rumo à Rio+20 faz parte da iniciativa Diálogos Nacionais, que já discutiu a agenda das regiões Sul e Centro-Oeste para a conferência. As propostas serão apresentadas ao governo e deverão subsidiar o documento que o Brasil apresentará à ONU com as contribuições para o debate.

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