O erro da Arezzo foi não ter ouvido seu público. No mínimo, a empresa deveria ter feito uma pesquisa de opinião para mensurar a recepção do público a uma coleção com peles de animais. Num ambiente crescentemente preocupado com a ecologia e os direitos dos animais, ainda que continuem a existir compradores de peles naturais e de produtos feitos a partir desses materiais, o correto do ponto de vista do marketing seria justamente pesquisar o impacto de uma coleção com este apelo. A empresa parece ter se preocupado apenas em seguir uma tendência de moda internacional, sem olhar para seus consumidores e para o ambiente em torno da sua marca. A miopia de marketing, aqui, é exatamente traçar uma estratégia sem que ela esteja inserida no contexto de seu público.
A linha utilizava peles sintéticas e peles de animais como coelhos, ovelhas e raposas, iniciativa que sofreu ataques de ambientalistas, defensores dos direitos dos animais, internautas. A defesa da Arezzo foi tirar o corpo fora, em uma nota divulgada no dia 18/4. “Não entendemos como nossa responsabilidade o debate de uma causa tão ampla e controversa. Um dos nossos principais compromissos é oferecer as tendências de moda de forma ágil e acessível aos nossos consumidores”. (Leia a nota na íntegra aqui)
O“Projeto SalvaCao” postou uma montagem no Twitter, comparando os produtos da marca com animais mortos. |
Mas não se trata somente de miopia de marketing. Num mundo cada vez mais antenado com as questões ecológicas, em que cresce a preocupação ambientalista, a gestão da marca não soube medir os impactos sobre a sua imagem. O resultado é um movimento crescente de boicote à Arezzo, estampado na página da empresa no Twitter e no Facebook - mensagens que a empresa já deletou, levantando ainda outra questão hoje bastante importante em termos de Comunicação de Marketing, a transparência e o respeito a seu público. Nas redes sociais, cresce o boicote. Só num perfil criado no Facebook, já existem mais de 5 mil seguidores (confira aqui).
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