terça-feira, 24 de abril de 2012

Sobre os limites do consumerismo

Ontem foi feriado no Rio de Janeiro. Com o tempo chuvoso, os shoppings da cidade lotaram. Parecia que quem não estava numa procissão em homenagem a São Jorge tinha resolvido ir ao cinema num grande centro comercial. Eu me incluo neste segundo grupo, mas acabei nem conseguindo ver um filme, de tanta gente que se embolava tentando comprar o ingresso, entrar na sala de projeção e pegar pipoca.
O remédio pra não frustrar a filha que queria MUITO ir ao cinema foi dar uma volta pelos corredores do shopping, parando aqui e ali. Um programa que passa longe de estar entre os meus favoritos, mas estoicamente sobrevivi.
Aí passei pela frente da Zara, e não resisti a entrar para dar uma olhada. Não entrava numa loja da marca desde a denúncia de trabalho escravo na cadeia de produção das roupas, no ano passado (veja o caso aqui), e fiquei curiosa em verificar se este fato teria afetado de alguma maneira a frequencia de consumidores.
A minha, pelo menos, havia afetado, ainda mais depois que a empresa só assinou um termo de ajuste de conduta com o Ministério Público do Trabalho depois de muita negociação (confira aqui). E eu achava que muitas pessoas também estavam boicotando a Zara.
Total engano. A loja estava tão cheia, mas tão lotada, que mal dava para ver as roupas expostas. Algumas prateleiras já mostravam sinais de desabastecimento. Nas ilhas centrais, pilhas de casaquinhos de cashmere em várias cores eram disputadas por mãos sedentas.
O panorama que estava diante de mim parecia inacreditavelmente, especialmente de todo o escândalo em torno da denúncia, que começou com uma reportagem do programa de televisão A Liga da Band e provocou um grande alvoroço nas redes sociais. Segundo a MITI Inteligência, que analisou os temas de mais relevância nas redes sociais em 2011, logo após a matéria, o tema entrou no Trending Topics do Twitter (assunto mais citado) e teve mais de 50 mil menções nas primeiras 24 horas, sendo nove mil só na primeira hora.
Tanto agito, porém, não se sustentou, e oito meses após a denúncia a Zara vende e fatura como nunca peças da coleção desenvolvida especialmente para o hemisfério sul (esse sim, podemos dizer que seja um efeito colateral da crise instalada com a descoberta de utilização de mão-de-obra escrava nas confecções fornecedoras da marca, já que a Zara adota um modelo global, distribuindo as mesmas peças em suas mais de cinco mil lojas no mundo, e optou por produzir roupas tropicalizadas.
O que me levou a pensar no alcance real do consumerismo. A ideia que os consumidores podem punir ou premiar as empresas éticas, responsáveis nos campos sociais e ambientais, sinceramente, não me parece tão real quanto nos artigos acadêmicos.
Muitos pesquisadores da área de consumo irão discordar de mim. Mas até hoje não vi exemplos sustentáveis (no sentido antigo do termo, ou seja, que se sustentam) de ações de boicote a produtos e empresas no BRASIL. Nem tampouco ações políticas de fato. De um modo geral, o que vemos são casos nos Estados Unidos, na Europa. Por aqui, as pressões levam as empresas a promover mudanças, muito mais preocupadas com os arranhões na sua imagem habilmente construída ao longo de anos, do que com suas práticas reais na produção e comercialização de seus bens.
Depois que passa o furacão, parece que o consumidor passa a borracha também.
Um texto interessante foi escrito por Leonardo Sakamoto, jornalista, doutor em Ciência Política, coordenador da ONG Repórter Brasil, na época da denúncia (clique para ler). Ele se pergunta se saber a origem das coisas muda os hábitos de consumo. Ainda não sei a resposta. Mas estou longe do romantismo idealista de quem credita ao consumerismo um papel que ele não desempenha entre nós.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Rio+20: em busca de vozes dissonantes

Enquanto a grande mídia se divide entre louvar a iniciativa, buscar comparativos entre as duas edições - ECO 92 e Rio+20, e abordar os aspectos relacionados com a organização do evento  - quem vem, quem não vem, onde as pessoas vão ficar hospedadas, como será o trânsito, o que a cidade está fazendo para receber os visitantes, etc - a discussão em torno do conteúdo da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (e da sua efetividade) parece estar reduzida às páginas de veículos com um perfil mais analítico, como é o caso da revista Caros Amigos.

A edição nº 180, que está nas bancas, quer responder à pergunta:  O que esperar da Rio+20 e como escapar do discurso da hipocrisia ambiental?  Para isso, a jornalista Barbara Mengardo faz uma entrevista com o pensador brasileiro radicado na França Michael Löwy, o qual levanta algumas questões sobre a efetividade da conferência.

Entre outras questões, Löwy critica a Economia Verde, um dos pontos que vêm sendo esperados como um dos principais resultados da Rio +20. Vale a pena ler a entrevista, para ajudar a formar um pensamento crítico e funcionar como um contraponto para os aspectos que ainda precisam ser incluídos nas inúmeras reportagens que começam a pipocar sobre o tema.

Siga abaixo a entrevista, reproduzida do site da Caros Amigos:

Michael Löwy critica Rio+20 e a propaganda da 'economia verde'


Pesquisador diz não esperar nada da cúpula e critica a 'economia verde'
Da Redação
Michael Lowy_iEm junho, o Brasil sedia a Rio+20, a cúpula mundial de meio ambiente, um dos temas da edição 180 de Caros Amigos, que está nas bancas. A cúpula já divide opiniões, como a do pesquisador Michael Löwy, um dos entrevistados da reportagem publicada na revista.
Confira abaixo a entrevista de Löwy, feita pela jornalista Bárbara Mengardo. Leia a reportagem completa sobre a Rio+20 na edição nas bancas (veja aqui).

Caros Amigos - O que você espera da Rio+20, tanto do ponto de vista das discussões quanto da eficácia de possíveis decisões tomadas?
Michael Löwy - Nada! Ou, para ser caridoso, muito pouco, pouquíssimo… As discussões já estão formatadas pelo tal "Draft Zero", que como bem diz (involuntariamente) seu nome, é uma nulidade, um zero à esquerda. E a eficácia, nenhuma, já que não haverá nada de concreto como obrigação internacional. Como nas conferências internacionais sobre o câmbio climático em Copenhagen, Cancun e Durban, o mais provável é que a montanha vai parir um rato: vagas promessas, discursos, e, sobretudo, bons negócios 'verdes". Como dizia Ban-Ki-Moon, o secretário das Nações Unidas - que não tem nada de revolucionário – em setembro 2009, "estamos com o pé colado no acelerador e nos precipitamos ao abismo”. Discussões e iniciativas interessantes existirão sobretudo nos fóruns Alternativos, na Contra-Conferência organizada pelo Fórum Social Mundial e pelos movimentos sociais e ecológicos.
CA - Desde a Eco 92, houve mudanças na maneira como os estados lidam com temas como mudanças climáticas, preservação das florestas, água e ar, fontes energéticas alternativas, etc.? Se sim, o quão profundas foram essas mudanças?
ML - Mudanças muito superficiais! Enquanto a crise ecológica se agrava, os governos - para começar o dos Estados Unidos e dos demais países industrializados do Norte, principais responsáveis do desastre ambiental - "lidaram com o tema", desenvolveram, em pequena escala, fontes energéticas alternativas, e introduziram "mecanismos de mercado" perfeitamente ineficazes para controlar as emissões de CO2. No fundo, continua o famoso "buzines as usual", que, segundo cálculo dos cientistas, nos levara a temperaturas de 4° ou mais graus nas próximas décadas.
CA - Em comparação a 1992, a sociedade está muito mais ciente da necessidade de proteção do meio ambiente. Esse fato poderá influir positivamente nas discussões da Rio+20?
ML - Esta sim é uma mudança positiva! A opinião pública, a "sociedade civil", amplos setores da população, tanto no Norte como no Sul, está cada vez mais consciente de necessidade de proteger o meio ambiente - não para "salvar a Terra" - nosso planeta não está em perigo - mas para salvar a vida humana (e a de muitas outras espécies) nesta Terra. Infelizmente, os governos, empresas e instituições financeiras internacionais representados no Rio+20 são pouco sensíveis à inquietude da população, que buscam tranquilizar com discursos sobre a pretensa "economia verde". Entre as poucas exceções, o governo boliviano de Evo Morales.
CA - Como a destruição do meio-ambiente relaciona-se com a desigualdade social?
ML - As primeiras vítimas dos desastres ecológicos são as camadas sociais exploradas e oprimidas, os povos do Sul e em particular as comunidades indígenas e camponesas que vêem suas terras, suas florestas e seus rios poluídos, envenenados e devastados pelas multinacionais do petróleo e das minas, ou pelo agronegócio da soja, do óleo de palma e do gado. Há alguns anos, Lawrence Summers, economista americano, num informe interno para o Banco Mundial, explicava que era lógico, do ponto de vista de uma economia racional, enviar as produções tóxicas e poluidoras para os países pobres, onde a vida humana tem um preço bem inferior: simples questão de cálculo de perdas e lucros.
Por outro lado, o mesmo sistema econômico e social - temos que chamá-lo por seu nome e apelido: o capitalismo – que destrói o meio-ambiente é responsável pelas brutais desigualdades sociais entre a oligarquia financeira dominante e a massa do "pobretariado". São os dois lados da mesma moeda, expressão de um sistema que não pode existir sem expansão ao infinito, sem acumulação ilimitada - e portanto sem devastar a natureza – e sem produzir e reproduzir a desigualdade entre explorados e exploradores.
CA - Estamos em meio a uma crise do capital. Quais as suas consequências ambientais e qual o papel do ecossocialismo nesse contexto?
ML - A crise financeira internacional tem servido de pretexto aos vários governos ao serviço do sistema de empurrar para "mais tarde" as medidas urgentes necessárias para limitar as emissões de gases com efeito de serra. A urgência do momento - um momento que já dura há alguns anos - é salvar os bancos, pagar a dívida externa (aos mesmos bancos), "restabelecer os equilíbrio contábeis", "reduzir as despesas públicas". Não há dinheiro disponível para investir nas energias alternativas ou para desenvolver os transportes coletivos.
O ecossocialismo é uma resposta radical tanto à crise financeira, quanto à crise ecológica. Ambas são a expressão de um processo mais profundo: a crise do paradigma da civilização capitalista industrial moderna. A alternativa ecossocialista significa que os grandes meios de produção e de crédito são expropriados e colocados a serviço da população. As decisões sobre a produção e o consumo não serão mais tomadas por banqueiros, managers de multinacionais, donos de poços de petróleo e gerentes de supermercados, mas pela própria população, depois de um debate democrático, em função de dois critérios fundamentais: a produção de valores de uso para satisfazer as necessidades sociais e a preservação do meio ambiente.
CA - O “rascunho zero” da Rio+20 cita diversas vezes o termo "economia verde", mas não traz uma definição para essa expressão. Na sua opinião, o que esse termo pode significar? Seria esse conceito suficiente para deter a destruição do planeta e as mudanças climáticas?
ML - Não é por acaso que os redatores do tal "rascunho" preferem deixar o termo sem definição, bastante vago. A verdade é que não existe “economia” em geral: ou se trata de uma economia capitalista, ou de uma economia não-capitalista. No caso, a "economia verde" do rascunho não é outra coisa do que uma economia capitalista de mercado que busca traduzir em termos de lucro e rentabilidade algumas propostas técnicas "verdes" bastante limitadas. Claro, tanto melhor se alguma empresa trata de desenvolver a energia eólica ou fotovoltaica, mas isto não trará modificações substanciais se não for amplamente subvencionado pelos estados, desviando fundos que agora servem à indústria nuclear, e se não for acompanhado de drásticas reduções no consumo das energias fósseis. Mas nada disto é possível sem romper com a lógica de competição mercantil e rentabilidade do capital. Outras propostas "técnicas" são bem piores: por exemplo, os famigerados "biocombustíveis", que como bem o diz Frei Betto, deveriam ser chamados "necrocombustiveis", pois tratam de utilizar os solos férteis para produzir uma pseudo-gasolina "verde", para encher os tanques dos carros - em vez de comida para encher o estômago dos famintos da terra.
CA - Quem seriam os principais agentes na luta por uma sociedade mais verde, o governo, a iniciativa privada, ONGs, movimentos sociais, enfim?
ML - Salvo pouquíssimas exceções, não há muito a esperar dos governos e da iniciativa privada: nos últimos 20 anos, desde a Rio-92, demonstraram amplamente sua incapacidade de enfrentar os desafios da crise ecológica. Não se trata só de má-vontade, cupidez, corrupção, ignorância e cegueira: tudo isto existe, mas o problema é mais profundo: é o próprio sistema que é incompatível com as radicais e urgentes transformações necessárias.
A única esperança então são os movimentos socais e aquelas ONGs que são ligadas a estes movimentos (outras são simples "conselheiros verdes" do capital). O movimento camponês - Via Campesina -, os movimentos indígenas e os movimentos de mulheres estão na primeira linha deste combate; mas também participam, em muitos países, os sindicatos, as redes ecológicas, a juventude escolar, os intelectuais, várias correntes da esquerda. O Fórum Social Mundial é uma das manifestações desta convergência na luta por um "outro mundo possível", onde o ar, a água, a vida, deixarão de ser mercadorias.
CA - Como você analisa a maneira como a questão ambiental vem sendo tratada pela mídia?
ML - Geralmente de maneira superficial, mas existe um número considerável de jornalistas com sensibilidade ecológica, tanto na mídia dominante como nos meios de comunicação alternativos. Infelizmente uma parte importante da mídia ignora os combates sócio-ecológicos e toda crítica radical ao sistema.
CA - Você acredita que, atualmente, em prol da preservação do meio ambiente é deixada apenas para o cidadão a responsabilidade pela destruição do planeta e não para as empresas? Em São Paulo, por exemplo, temos que comprar sacolinhas plásticas biodegradáveis, enquanto as empresas se utilizam do fato de serem supostamente "verdes" como ferramenta de marketing.
ML - Concordo com esta crítica. Os responsáveis do desastre ambiental tratam de culpabilizar os cidadãos e criam a ilusão de que bastaria que os indivíduos tivessem comportamentos mais ecológicos para resolver o problema. Com isso tratam de evitar que as pessoas coloquem em questão o sistema capitalista, principal responsável da crise ecológica. Claro, é importante que cada indivíduo aja de forma a reduzir a poluição, por exemplo, preferindo os transportes coletivos ao carro individual. Mas sem transformações macro-econômicas, ao nível do aparelho de produção, não será possível brecar a corrida ao abismo.
CA - Quais as diferenças nas propostas que querem, do ponto de vista ambiental, realizar apenas reformas no capitalismo e as que propõem mudanças estruturais ou mesmo a adoção de medidas mais "verdes" dentro de outro sistema econômico?
ML - O reformismo "verde" aceita as regras da "economia de mercado", isto é, do capitalismo; busca soluções que seja aceitáveis, ou compatíveis, com os interesses de rentabilidade, lucro rápido, competitividade no mercado e "crescimento" ilimitado das oligarquias capitalistas. Isto não quer dizer que os partidários de uma alternativa radical, como o ecossocialismo, não lutam por reformas que permitam limitar o estrago: proibição dos transgênicos, abandono da energia nuclear, desenvolvimento das energias alternativas, defesa de uma floresta tropical contra multinacionais do petróleo (Parque Yasuni!), expansão e gratuidade dos transportes coletivos, transferência do transporte de mercadorias do caminhão para o trem, etc. O objetivo do ecossocialismo é o de uma transformação radical, a transição para um novo modelo de civilização, baseado em valores de solidariedade, democracia participativa, preservação do meio ambiente. Mas a luta pelo ecossocialismo começa aqui e agora, em todas as lutas sócio-ecológicas concretas que se enfrentam, de uma forma ou de outra, com o sistema.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Embalando a sustentabilidade

Como falar com o consumidor final sobre os esforços da empresa em relação à sustentabilidade? Num mundo em que a atenção está cada vez mais fragmentada, dispersa por várias mídias e formatos, em que os canais tradicionais da informação competem o tempo todo com mídias sociais, "posts" de amigos virtuais e mensagens curtas e dinâmicas, com certeza não é apelando para a boa e velha propaganda - "o anúncio" que o fabricante vai conseguir isso.
Uma saída que a indústria da moda tem adotado com frequencia é a produção de embalagens que explorem o conceito de sustentabilidade, e a introdução de pequenas tags informativas, que abordam as características do produto.
Alguns exemplos de fabricantes de roupas esportivas, um ramo da indústria que vem explorando bastante a vertente ecológica de suas peças :

Embalagem da Puma para uma camiseta - além de ser biodegradável, o saco usa menos material porque a camiseta foi dobrada ao meio.

"Sou metade do saco que costumava ser" - brincando com a música do Nirvana, "I'm half the man I used to be"
A mesma camiseta recebeu uma etiqueta com os aspectos ecológicos que formariam uma eco-tabela:

frente

verso

O uso da etiqueta presa à roupa para ressaltar os atributos ecológicos do produto também é utilizada pela Marmot, outra fabricante de vestimentas esportivas.  Desta vez, para ressaltar que utiliza o Ecofren, uma fibra produzida a partir de garrafas pet recicláveis (clique aqui para conhecer o processo de produção do fio)
 As duas etiquetas vistas de frente.
 Verso da tag da Ecofren, que destaca a economia de energia e de óleo gerada pela reciclagem das pets.
  Etiqueta da Marmot na parte de trás: destaque para o uso de papel reciclado e de tinta à base de soja.

E por aí temos vários outros exemplos, que demonstram que a indústria vem se dedicando a encontrar canais de comunicação mais diretos com seus públicos consumidores para destacar os atributos sustentáveis na produção.
A questão que fica é que a produção caminha para ser mais ecológica. Mas e quanto ao consumo? O desenvolvimento sustentável é apenas produzir de maneira menos agressiva ou implica também em repensar a maneira de consumir, de usar e de descartar?

segunda-feira, 2 de abril de 2012

No meio do caminho tinha uma pedra...

Cadê a estação de reciclagem que tava aqui?
Uma pedra, não. Várias. Na verdade, blocos de cimento, dispostos na frente da estação de reciclagem da loja de materiais de construção Leroy Merlin. A foto está ruim - fotografar não é exatamente meu forte, usei a câmera do tablet e estava de noite - mas dá pra se ter uma ideia da real importância que as empresas dedicam à sustentabilidade.

Além de longe da entrada da loja, situada num canto extremo do estacionamento, é impossível chegar até a estação, já que a frente dela está completamente bloqueada.

Fazer peças publicitárias bonitas - todas em papel reciclado, em tons de verde e com imagens alusivas à reciclagem, por exemplo, é realmente fácil. O difícil é seguir, na prática, o que o discurso apregoa. Ou melhor: fazer greenwashing é extremamente comum. O que sem dúvida não contribui para o crescimento da consciência ambiental entre brasileiros.

Recentemente, o Jornal O Globo fez uma série de reportagens sobre o tratamento dado ao lixo no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, e concluiu que a reciclagem ainda é praticamente uma utopia no país.

Muitos colocam a culpa no consumidor, na população que jogaria lixo em qualquer lugar. Mas estes argumentos caem por terra quando encontramos uma situação como a da foto. Dá pra querer reciclar o lixo deste jeito?